EM Beth Sarubbi

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segunda-feira, 22 de setembro de 2014

OLIMPÍADA DE LÍNGUA PORTUGUESA 2014 - TEXTOS CLASSIFICADOS

A escola municipal “Profª. Terezinha Elizabeth Sarubbi Sebastiani” participou da Olimpíada de Língua Portuguesa 2014.
O trabalho com os alunos começou a ser realizado no mês de maio e contou com a realização de oficinas internas e externas, além de uma palestra a respeito de Poesia e exposição de objetos antigos trabalhando memórias.
Os alunos participaram de aulas práticas sobre os gêneros literários trabalhados na Olimpíada, bem como de apresentações dos trabalhos por meio de saraus dentro da própria escola.
Dentre todos os textos produzidos, os classificados na 1ª etapa escolar foram: “Campinho de Areia” (da aluna Brenda Victorya Martins Mariano, do 6º ano E, sob orientação da professora Tatiana Salmeron Bosch), o texto “Uma simples e calma caminhada” (do aluno Matheus Abreu dos Santos, do 9º ano C, sob orientação da professora Edilaine Cristina Travassos) e “Reminiscências”, escrito pela aluna Stéfani Carolaine Pantojo Januário, sob orientação da professora Fernanda Cristo Vercellino, que foi escolhido para participar da etapa estadual.
Parabéns a toda a equipe da escola pelo excelente trabalho!
Profª. Fernanda e a aluna Stéfani
 

Reminiscências
(Texto selecionado na primeira etapa, etapa escolar e na etapa municipal da Olimpíada de Língua Portuguesa)
Autora: Stéfani Carolaine Pantojo Januário, 7º ano.
Professora: Fernanda Cristo Vercellino


Sempre morei em Boituva, em um pequeno campo chamado Água Branca, formado por sítios e pequenas chácaras, embora fosse um pouco afastado da população.
Quando eu era criança, morava com meus pais nos cafezais onde hoje é minha casa, e a injustiça sempre me acompanhava: a maior parte das vezes era eu quem ia sozinho trabalhar com meu pai, meus irmãos ficavam em casa. Muitas vezes, as lágrimas se misturavam ao suor em meu rosto debaixo do sol.
Naquele tempo, não havia escolas no bairro, só na cidade, mas não havia condução para levar as crianças, então o que dava a gente aprendia em casa mesmo e, em meus horários vagos, meu tio João Miranda me ensinava umas continhas, e no resto do tempo eu tinha que trabalhar. Desde então eu já não gostava muito do estudo, pois ele me tirava horas preciosas: a das brincadeiras!
Depois de algum tempo, a E.E.P.G.I. da Água Branca chegou ao bairro. Foi uma festa só pra criançada e pros pais, que a partir de então podiam garantir aos filhos algo que eles mesmos não tinham: estudo. Eu também fiquei muito feliz, porque passei a trabalhar menos, já que tinha que ir à escola todo dia e fazer as lições.
Eu cursei até a segunda série, e neste mesmo ano escolar, fiquei nervoso com alguns moleques da classe que viviam brigando comigo. Meu sangue pulsava, as palavras faziam fila em meus ouvidos, uma após a outra, se repetindo, passando em minha mente e debochando de mim.
Quando não aguentei mais, pulei para cima deles, os olhos cegos de raiva, levantei minha mão e agarrei o que estava em minha frente.
Foi então que as palavras pararam de rir em meus ouvidos e foram substituídas por POC POC POC POC POC POC... Tudo foi muito rápido, quando abri os olhos, Dona Diva olhava para mim soltando fogo pelos olhos: eu estava segurando em minha mão seu colar de pérolas arrebentado.
Ela só foi capaz de dizer:
- José Januário, pare com isso!
Suas palavras cortantes me tiraram do transe em que me encontrava, percebi que meu coração era uma escola de samba atravessando a avenida.
Daquele dia em diante, foi uma decisão difícil, mas decidi abandonar os estudos, para não ver nunca mais meus colegas nem a minha professora.
Hoje percebo o quanto o estudo me fez falta, mas fico feliz em poder realizar o que não pude nas linhas da minha neta, me lembrando dessa história.



 Profª Tatiana, aluna Brenda, aluno Matheus, aluna Stéfani e Profª Fernanda

Campinho de areia

(Texto selecionado na primeira etapa, etapa escolar, da olimpíada da Língua Portuguesa)
Autora: Brenda Victorya Martins Mariano, 6º ano.
Professora: Tatiana Salmeron Boschi

O campinho da minha cidade
Tem arquibancada, muita magia,
E pessoas de todas as idades
Que buscam alegria ao final das tardes.

As pessoas vão sempre assistir
Buscando entretenimento
Para o fim do dia colorir,
E com a paleta da vida se divertir.

Quando vou lá, me sinto feliz,
Pois chutando uma bola
Faço o que sempre quis,
Ouvindo a galera pedir bis.

As pessoas que lá vão,
Deixam a tristeza de lado
Com um sorriso no coração,
E a esperança que dias melhores virão.

Todos da minha comunidade
Conhecem a magia do campinho,
Quem ali entra com brutalidade
Sai entendendo o que é fraternidade.


Todos ali somos irmãos,
Brigamos de vez em quando
Defendendo a agremiação,
Mas a magia dali, age com determinação.

Buscando aproximar as diferenças
De quem veio de outros cantos,
Desta brasilidade imensa...
Fazendo com que a galera, aqui pertença.

A magia deste lugar é fundamental,
Para unir o povo do meu bairro
De uma maneira sem igual,
Transformando-o em lugar especial.

Venha visitar este mágico local,
Que transforma tristeza em alegria
Diminuindo a diferença brutal,
Entre toda a classe social.

“Boituva” é o nome da minha cidade,
“Novo Mundo” é onde abriga o campinho,
Que mesmo com tanta adversidade
É o local onde mora a amizade.
 


Uma simples e calma caminhada

(Crônica selecionada na primeira etapa, etapa escolar, da olimpíada de Língua Portuguesa.)
Autor: Matheus Abreu dos Santos. 9º ano
Professora: Edilaine Cristina Travassos.

Era cedo, por volta das seis horas da manhã, levantei cansado, com olhos piscando como luzes de natal. Lentamente, me direcionei ao banheiro, lavei o rosto e a água me ajudou a abrir calmamente as pálpebras cansadas. Pela janela do banheiro, eu via um dia lindo com um nascer do sol ofuscante, como a felicidade de uma criança a brincar descontraidamente, junto com um céu totalmente azul de esperança.
Sem motivo ou razão aparente, estava feliz, tão bem que me dei conta que deveria fazer uma caminhada. Vesti uma roupa qualquer e parti para a úmida e calma rua da manhã.
Poucas pessoas e um belo tom calmo dominavam pela rua. Um frio ardente que se chocava com o calor do sol e, como luz e sombra, formavam um agradável clima.
Caminhava calmamente, até que me dei conta que estava usando uma jaqueta velha que não usava fazia um tempo. Fui colocar a mão no bolso e senti um pedaço de papel, pela textura, velho. Tirei o papel do bolso e notei que eram fotos, fotos da minha antiga e feliz infância, onde não precisava me preocupar com nada, apenas brincar com meu falecido irmão. Lembrei-me dele e da antiga família. Essas fotos, essas antigas e felizes imagens, fazia um bom tempo que não me importava tanto com um pedaço de papel como esses. Havia conseguido essas fotos na casa da minha mãe, que agora tem cabelos grisalhos e pele enrugada. Decidi visitar e lhe mostrar as benditas fotos.
Enquanto me dirigia para a casa dela, fui me lembrando da feliz vida que tinha e não sabia, naquela época das mais lindas recordações com meus pais, irmãos, e amigos... e nem me dei conta que estava com o mais belo sorriso do mundo estampado no rosto.
Cheguei por volta das oito horas na velha e grande casa de meus pais.  Sentei e passei a colocar o papo em dia enquanto saboreava um doce café com leite e apreciava um belo e quentinho bolo de cenoura. Relembramos fatos, vimos as minhas fotos e mais algumas da minha mãe. Lembrei-me de quando meu irmão me ensinou a andar de bicicleta, também quando aprendi a cozinhar com minha mãe, ou, até mesmo, pescar com meu pai. Enfim, muitos fatos de ouro. Despedi-me e parti para casa.
No caminho, pensei em vários outros rumos que poderiam acontecer no decorrer da minha vida, mas, por ironia do destino, fiz a calma e serena caminhada e relembrei fatos de ouro que fizeram meu dia melhor.