A escola municipal “Profª. Terezinha Elizabeth Sarubbi Sebastiani”
participou da Olimpíada de Língua Portuguesa 2014.
O trabalho com os alunos começou a ser realizado no mês de maio e contou
com a realização de oficinas internas e externas, além de uma palestra a
respeito de Poesia e exposição de objetos antigos trabalhando memórias.
Os alunos participaram de aulas práticas sobre os gêneros literários
trabalhados na Olimpíada, bem como de apresentações dos trabalhos por meio de
saraus dentro da própria escola.
Dentre todos os textos produzidos, os classificados na 1ª etapa escolar
foram: “Campinho de Areia” (da aluna Brenda Victorya Martins Mariano, do 6º ano E, sob orientação da professora Tatiana Salmeron Bosch), o texto “Uma simples e calma caminhada” (do aluno Matheus Abreu dos Santos, do 9º ano C, sob orientação da professora Edilaine Cristina Travassos)
e “Reminiscências”, escrito pela aluna Stéfani Carolaine Pantojo
Januário, sob orientação da professora Fernanda Cristo Vercellino, que foi escolhido
para participar da etapa estadual.
Parabéns a toda a equipe da escola pelo excelente trabalho!
Profª. Fernanda e a aluna Stéfani
Reminiscências
(Texto selecionado na primeira etapa,
etapa escolar e na etapa municipal da Olimpíada de Língua Portuguesa)
Autora: Stéfani Carolaine Pantojo
Januário, 7º ano.
Professora: Fernanda Cristo Vercellino
Sempre
morei em Boituva, em um pequeno campo chamado Água Branca, formado por sítios e
pequenas chácaras, embora fosse um pouco afastado da população.
Quando
eu era criança, morava com meus pais nos cafezais onde hoje é minha casa, e a
injustiça sempre me acompanhava: a maior parte das vezes era eu quem ia sozinho
trabalhar com meu pai, meus irmãos ficavam em casa. Muitas vezes, as lágrimas
se misturavam ao suor em meu rosto debaixo do sol.
Naquele
tempo, não havia escolas no bairro, só na cidade, mas não havia condução para
levar as crianças, então o que dava a gente aprendia em casa mesmo e, em meus
horários vagos, meu tio João Miranda me ensinava umas continhas, e no resto do
tempo eu tinha que trabalhar. Desde então eu já não gostava muito do estudo,
pois ele me tirava horas preciosas: a das brincadeiras!
Depois
de algum tempo, a E.E.P.G.I. da Água Branca chegou ao bairro. Foi uma festa só
pra criançada e pros pais, que a partir de então podiam garantir aos filhos
algo que eles mesmos não tinham: estudo. Eu também fiquei muito feliz, porque passei
a trabalhar menos, já que tinha que ir à escola todo dia e fazer as lições.
Eu
cursei até a segunda série, e neste mesmo ano escolar, fiquei nervoso com
alguns moleques da classe que viviam brigando comigo. Meu sangue pulsava, as
palavras faziam fila em meus ouvidos, uma após a outra, se repetindo, passando
em minha mente e debochando de mim.
Quando
não aguentei mais, pulei para cima deles, os olhos cegos de raiva, levantei
minha mão e agarrei o que estava em minha frente.
Foi
então que as palavras pararam de rir em meus ouvidos e foram substituídas por
POC POC POC POC POC POC... Tudo foi muito rápido, quando abri os olhos, Dona
Diva olhava para mim soltando fogo pelos olhos: eu estava segurando em minha
mão seu colar de pérolas arrebentado.
Ela
só foi capaz de dizer:
-
José Januário, pare com isso!
Suas
palavras cortantes me tiraram do transe em que me encontrava, percebi que meu
coração era uma escola de samba atravessando a avenida.
Daquele
dia em diante, foi uma decisão difícil, mas decidi abandonar os estudos, para
não ver nunca mais meus colegas nem a minha professora.
Hoje
percebo o quanto o estudo me fez falta, mas fico feliz em poder realizar o que
não pude nas linhas da minha neta, me lembrando dessa história.
Profª Tatiana, aluna Brenda, aluno Matheus, aluna Stéfani e Profª Fernanda
Campinho
de areia
(Texto selecionado na primeira etapa,
etapa escolar, da olimpíada da Língua Portuguesa)
Autora: Brenda Victorya Martins
Mariano, 6º ano.
Professora: Tatiana Salmeron Boschi
O campinho da minha
cidade
Tem arquibancada, muita
magia,
E pessoas de todas as
idades
Que buscam alegria ao
final das tardes.
As pessoas vão sempre
assistir
Buscando entretenimento
Para o fim do dia
colorir,
E com a paleta da vida
se divertir.
Quando vou lá, me sinto
feliz,
Pois chutando uma bola
Faço o que sempre quis,
Ouvindo a galera pedir
bis.
As pessoas que lá vão,
Deixam a tristeza de
lado
Com um sorriso no
coração,
E a esperança que dias
melhores virão.
Todos da minha
comunidade
Conhecem a magia do
campinho,
Quem ali entra com
brutalidade
Sai entendendo o que é
fraternidade.
Todos ali somos irmãos,
Brigamos de vez em
quando
Defendendo a agremiação,
Mas a magia dali, age
com determinação.
Buscando aproximar as
diferenças
De quem veio de outros
cantos,
Desta brasilidade imensa...
Fazendo com que a galera,
aqui pertença.
A magia deste lugar é
fundamental,
Para unir o povo do meu
bairro
De uma maneira sem igual,
Transformando-o em lugar
especial.
Venha visitar este
mágico local,
Que transforma tristeza
em alegria
Diminuindo a diferença
brutal,
Entre toda a classe
social.
“Boituva” é o nome da
minha cidade,
“Novo Mundo” é onde
abriga o campinho,
Que mesmo com tanta
adversidade
É o local onde mora a
amizade.
Uma
simples e calma caminhada
(Crônica selecionada na primeira
etapa, etapa escolar, da olimpíada de Língua Portuguesa.)
Autor: Matheus Abreu dos Santos. 9º
ano
Professora: Edilaine Cristina
Travassos.
Era
cedo, por volta das seis horas da manhã, levantei cansado, com olhos piscando
como luzes de natal. Lentamente, me direcionei ao banheiro, lavei o rosto e a água
me ajudou a abrir calmamente as pálpebras cansadas. Pela janela do banheiro, eu
via um dia lindo com um nascer do sol ofuscante, como a felicidade de uma criança
a brincar descontraidamente, junto com um céu totalmente azul de esperança.
Sem
motivo ou razão aparente, estava feliz, tão bem que me dei conta que deveria
fazer uma caminhada. Vesti uma roupa qualquer e parti para a úmida e calma rua
da manhã.
Poucas
pessoas e um belo tom calmo dominavam pela rua. Um frio ardente que se chocava
com o calor do sol e, como luz e sombra, formavam um agradável clima.
Caminhava
calmamente, até que me dei conta que estava usando uma jaqueta velha que não
usava fazia um tempo. Fui colocar a mão no bolso e senti um pedaço de papel, pela
textura, velho. Tirei o papel do bolso e notei que eram fotos, fotos da minha
antiga e feliz infância, onde não precisava me preocupar com nada, apenas
brincar com meu falecido irmão. Lembrei-me dele e da antiga família. Essas
fotos, essas antigas e felizes imagens, fazia um bom tempo que não me importava
tanto com um pedaço de papel como esses. Havia conseguido essas fotos na casa
da minha mãe, que agora tem cabelos grisalhos e pele enrugada. Decidi visitar e
lhe mostrar as benditas fotos.
Enquanto
me dirigia para a casa dela, fui me lembrando da feliz vida que tinha e não
sabia, naquela época das mais lindas recordações com meus pais, irmãos, e
amigos... e nem me dei conta que estava com o mais belo sorriso do mundo
estampado no rosto.
Cheguei
por volta das oito horas na velha e grande casa de meus pais. Sentei e passei a colocar o papo em dia enquanto
saboreava um doce café com leite e apreciava um belo e quentinho bolo de
cenoura. Relembramos fatos, vimos as minhas fotos e mais
algumas da minha mãe. Lembrei-me de quando meu irmão me ensinou a andar de
bicicleta, também quando aprendi a cozinhar com minha mãe, ou, até mesmo,
pescar com meu pai. Enfim, muitos fatos de ouro. Despedi-me e parti para casa.
No
caminho, pensei em vários outros rumos que poderiam acontecer no decorrer da
minha vida, mas, por ironia do destino, fiz a calma e serena caminhada e
relembrei fatos de ouro que fizeram meu dia melhor.
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